Exposição 7 | Post it's


EDUARDO ABRANTES
post it's
30 anos de desenho e pintura

Galeria Espaço Artever
de 26 de Novembro a 15 de Dezembro de 2011

… “A transformação do concreto na obra de Eduardo Abrantes leva a uma estilização tópica dum significado que nos faz pensar estarmos perante uma pintura de equivalências. Isto é, a cada percepção interior corresponde uma emoção (ou nervo) que manifesta uma inquietação ou despertar dos sentidos perante os conteúdos de cada quadro e daquilo que eles nos relatam através dum discurso de envolvimento recíproco do pintor com as suas obras. Desde a composição que parte de pressupostos tão clássicos como o óleo e a tela chegando ao jogo de uma textura participativa, até à forma, passando pela temática e pela cor, tudo se reúne numa metamorfose perfeita que procura objectos, sensações e espaços para existir em arte”…
Afonso Almeida Brandão

Exposição 6 | Flores


MARINA DOS SANTOS
gravura | objectos | pintura


Galeria Espaço Artever
de  22 de Outubro a 16 de Novembro de 2011

No templo das flores
Quando se fala de flores identificamo-las, de imediato, com o conceito de belo. É uma evidência que ninguém contradiz. É das poucas coisas com um verdadeiro valor universal. Qualquer indivíduo e até alguns colectivos (veja-se o caso de algumas festas populares com flores) se identificam com a grandiosidade de tão delicado ser.
Nesta exposição de pintura, de Marina dos Santos, há como que uma explosão de flores numa festa de rua. A opção de ter as flores como mote e não como modelo criam, em quem vê, um frenesim interior que dispõe bem. Funciona como um remédio para uma primavera anunciada. Cada obra, agora exposta, aparenta um “bouquet” de quem quer a união de todos os humores. Há como que um convite à fraternidade. Quando envolvidos por esta profusão de cor só é possível trazer um permanente sorriso. E se olharmos para o lado vamos, por certo, encontrar a encanta. O escarlate domina. A temperatura eleva-se. O convívio estabelece-se. E tudo contagiante alegria da cor que isto é induzido pela autora por meio deste conjunto de trabalhos frescos e vivos. A acompanhar a pintura pontuam-se pequenos objectos. Pintura e objectos servem, a quem deles usufruir, como amuletos para um tempo de prazer. E quem sentir toda esta envolvência entrará, por certo, no templo das flores.
Outubro de 2011 | José Mourão
Inauguração:


Exposição 5 | ÁFRICA'10

ÁFRICA'10
FREDERICO FERNANDES
fotografia da natureza
Angola | Nabímia | África do Sul


Galeria Espaço Artever
de 10 de Setembro a 10 de Outubro de 2011



FREDERICO FERNANDES

Designer gráfico
Lisboa, 1970
Com formação académica na Escola António Arroio e FUNDETEC (Curso Técnico-Profissional de Design e Imagem por Computador).
Tem um percurso profissional em várias agências de publicidade, empresas de design e marketing directo. Actualmente é Director Criativo na Loft Works, agência de custom publishing, em Barcelona.
Desde muito jovem amante da fotografia é com o aparecimento do digital que se consolida como fotógrafo amador e, desde 2003, com maior dedicação à fotografia de natureza e vida selvagem.
Participou em inúmeras exposições colectivas.
No seu sítio da internet, nostressphoto.blogspot.com, apresenta o seu percurso fotográfico mais recente.
É ainda co-fundador do projecto Wildlife Moments com mais três outros fotógrafos que partilham a mesma paixão.
Recentemente e por motivos profissionais, trabalhou dois anos em Angola o que lhe permitiu alargar o leque temático da fotografia a outras paisagens, outros animais e, outras cores e ambientes. Oportunidade que não desperdiçou alargando o percurso à África do
Sul e à Namíbia. A experiência, de tão fascinante, já lhe criou a vontade de a alargar a outros países africanos nomeadamente ao Botswana, Zâmbia, Moçambique, Quénia...



A África está no imaginário de todos nós. Mas por razões diversas. Os que a vivenciaram fisicamente, uns de forma intensa por lá terem nascido, outros de forma mais fugaz por terem lá vivido pouco tempo; os que lá não viveram mas ouviram histórias de alguém próximo que por lá esteve e os que sentem África pelas diversas narrativas comuni-cacionais. Temos todos, na ideia, o espaço que nunca mais acaba; as cores fortes e vibrantes; o pôr-do-sol laranja e vermelho intenso; os verdes, do verde seco passando pelo verde água e acabando no verde-esmeralda; os negros, das noites escuras e das noites estreladas; os amarelos e ocres dos climas quentes e secos; os azuis dos dias claros e das águas cálidas… Em todos há a África quente; a África das texturas; a África do exótico; a África das flores, dos frutos, das florestas, das savanas, dos desertos. A África dos animais: dos pássaros, das borboletas; das zebras a preto e branco; dos leopardos e das chitas das pintas; dos elefantes, dos hipopótamos e dos rinocerontes enrugados; dos búfalos possantes; das palancas, dos gnus e das impalas elegantes; dos crocodilos e doutros répteis ameaçadores; das hienas risonhas; dos leões poderosos; dos primatas brincalhões; dos insectos estranhos…
É neste contexto que as fotografias, que Frederico Fernandes apresenta nesta exposição, serão vivenciadas por todos os que tiverem a possibilidade de contactar com a sua obra. Os seus trabalhos estão impregnados da África dos bichos e dos sítios. Nesta exposição a única gente que se pressente é o autor por detrás da sua câmara fotográfica. A África que nos quer dar a conhecer valoriza o espaço e os seres vivos próximos do estado primordial. As obras que Frederico Fernandes nos apresenta devem ser olhadas e vistas. Olhar não chega. Para se ver é necessário apelar a todos os sentidos. Até nos arrepiarmos. Estes trabalhos só podem ser completamente vividos se nos emocionarmos. E nós ficámos rendidos ao modo como o autor nos provoca, prende e sufoca: a crueza dum insecto arrepiante como ser de outro planeta; a delicadeza das aves poisadas no dorso de um búfalo; a folhagem espelhada num plano de água; a montanha vermelha como uma ruga na imensidão do espaço; o leopardo atento a um qualquer acaso, ilustram a vontade que o autor tem em apelar aos nossos nervos e ao nosso corpo para que possamos, também, sentir e fazer parte desta viagem pelo seu imaginário.
Amadora, Setembro de 2011 | José Mourão
Inauguração:


Exposição 4 | Campo. 2 Olhares


JOSÉ VIDAL [fotografia]
FERNANDO VIDAL [pintura]
Galeria Espaço Artever
de 18 de Junho a 18 de Julho de 2011



Campos mais vastosFernando Vidal volta a expor no Espaço Artever mas desta vez em companhia. Participa numa dupla com o filho, José Vidal.
Sendo esta exposição um projecto a dois não é um projecto dos dois. São sim dois projectos num espaço onde se encontram os dois. Quando se afirma ser um projecto a dois queremos dizer que os autores encontraram um “campus” que mais não é que a visão (dito por eles – 2 olhares) de cada um sobre o tema – o campo.
No trabalho que cada um vai realizando separadamente, se se denota alguma contaminação será na cor. Há algumas coincidências que se podem reconhecer mas num plano não visível. Isto eventualmente poderá radicar no convívio comum que têm. Coisas de pai e filho.
Voltando às obras de Fernando Vidal torna-se mais uma vez visível o
encantamento que tem pelo espaço campestre. Estas obras foram iniciadas em 2007, quando da realização de um conjunto de trabalhos sobre o Alentejo, e têm vindo a ser resolvidas ao longo dos últimos anos. De forma sensata não poderemos dizer que se trata de representações fiéis de campos ou de flores que se encontram insinuadas em todas as nove obras agora apresentadas. Notamos, antes, tratarem-se de apontamentos formais em obras informais e com carga abstratizante. Se observarmos com um pouco mais de atenção sente-se o sopro de um vento que ondeia o que não sabemos: Campos de forragem ondulante numa primavera Alentejana? Espelhos de água despertados por divindades do vento? Ou, simplesmente, tinta esvoaçante?
Se tentarmos encontrar uma morfologia do campo podemos sentar-nos e esperar. Talvez se encontre, antes, uma gramática da pintura: o ponto; a linha; a mancha; a textura; a cor; o espaço; a superfície e um tanto mais distante o volume. Todos estes ingredientes contribuem para que tenham sido confeccionadas nove telas/teia onde só se pressente o seu executante na comparação com a lírica apresentada em trabalhos anteriores. Nestes trabalhos há como que um campo cantado num despique e de improviso. Falando de limites podemos dizer que no limite dos limites destes trabalhos só o suporte os condiciona. Se observarmos com mais cautela verificamos que estas obras são como que um pormenor de campos mais vastos. E coincidência das coincidências, não é que se sente o mesmo nas fotografias de José Vidal. Coisas de pai e filho.
Amadora, Junho de 2011
José Mourão









Quando convidei o meu filho José a expor comigo na apresentação desta série de 9 pinturas sobre o campo (Alentejo) apenas lhe pedi que estas nos mostrassem o seu modo de o olhar.


‘’Olhar o campo’’

A fotografia de José Vidal reflecte muito da sua personalidade, da maneira de ser e de estar na vida e, de como se envolve com a sociedade.
Atento. A objectiva da sua câmara fotográfica, capta esse seu modo de estar. As suas escolhas mostram a particularidade do seu “olhar”.
Preocupado. A Terra e a forma como o Homem se envolve com a Natureza, são uma das suas motivações e paixões. Para si a paisagem é um todo. Mesmo quando esse todo se limita a um único pormenor.
Exigente. Procura nestas suas fotografias que se sinta o vento e se oiçam os silêncios. Que se recordem os cheiros e se repouse a vista e o coração.
Insatisfeito. Tem sempre mais uma fotografia para tirar e quando acaba tem sempre menos uma que pretendia ter.
 

Mas sobretudo para mim o José é um excelente ser humano. Mas isto sou eu a dizer, que sou seu pai.

Um muito orgulhoso, pai.

Fernando Vidal





Inauguração:




Exposição 3 | Fantogramas


FILIPE REGO
Galeria Espaço Artever
de 21 de Maio a 14 de Junho de 2011

Na dimensão das imagens As imagens dos sonhos avivam-nos a realidade. As imagens 3D de Filipe Rego confirmam-nos a realidade dos sonhos. Ao olhá-las e ao vê-las permite-nos participar das coisas apresentadas. Estas obras não são só representação. São sobretudo presenças. Presenças que nos assombram, que nos fascinam, que nos obrigam a ser parte integrante do seu espaço. Quando vistas na horizontal, estas imagens, imergem como lava de vulcão. Quando vistas na vertical surgem-nos como algo que nos toca ou que nos pede para que as toquem. As imagens que se libertam da bidimensionalidade deixam de ter tamanho. Deixam de ser mensuráveis. Deixam de ser palpáveis. E passam a ser, também, construídas por quem as vê. Passam a ser comparticipadas.
Nestas obras pouco importa o tema. Uma paisagem, um animal, uma natureza morta, uns braços ou qualquer outro assunto. O que importa é o modo como, o autor, encara e enquadra esses temas.
A terceira dimensão ao ser vivenciada fixa-nos a um universo encantado onde as coisas aparentemente banais se transformam em coisas únicas. E o causador, de tudo isto, não é a técnica; não é a máquina, é sim, o olhar de Filipe Rego munido de décadas de experiência na dimensão das imagens espaciais.
Amadora, Maio de 2011 | José Mourão

Inauguração:


Exposição 2 | Percursos desenho


Carmen Pichel | Corceiro | Eduardo Abrantes
Henrique Faria | João Silva | Joaquim Lourenço
José Mourão | José Raimundo
Marina dos Santos | Piedade Pina | Susana Mourão 

Galeria Espaço Artever
de 26 de Março a 30 de Abril de 2011


A presente exposição “expo percursos desenho”, onde se apresenta um conjunto de obras realizadas por artistas sócios, poderá levantar alguma polémica na interpretação do que se entenderá por “desenho”. Desenhar pressupõe uma vontade e não, somente, uma forma de registar. Podemos realizar desenhos mais efémeros do que outros. Quando se gesticula no ar e se indica um caminho; quando se “traça” no ar com fumo ou luz e esta só é presenciada por alguns; quando se colam linhas sobre uma superfície ou quando se regista com um riscador ou tinta tudo é desenho. Quanto a nós o que diferencia um desenho, de outro tipo de registo de imagens, encontra-se no modo como se ocupa o espaço ou no modo como se lê o registo grafado nesse espaço. Uma mancha de tinta aplicada com uma trincha larga poderá estar no universo da pintura ou no universo do desenho. Tudo depende do modo como esta se correlaciona com a matéria que lhe é adjacente. Contudo, por vezes, a fronteira entre desenho e pintura é tão ténue, que só a decisão de quem observa, poderá enquadrar o resultado de uma obra que apresente essa ambivalência.
                Com esta mostra não se pretende criar um campo unicamente experimental. Procura-se diversificar os modos de fazer de cada um desafiando-nos a viver essas outras formas de fazer.

Amadora, Março 2011 | José Mourão

Exposição 1 | Figurações versus Desfigurações


Corceiro | Eduardo Abrantes Fernando Vidal
Henrique Faria | João Silva | Joaquim Lourenço
José Mourão | José Raimundo
Marina dos Santos | Susana Mourão 

Galeria Espaço Artever
de 5 a 21 MARÇO de 2011


Figurações versus Desfigurações
Quem procura ver nunca deixará de sentir.

Desde sempre os artistas foram realizando objectos artísticos figurativos. A dado momento começaram a desfigura-los. E esta alternância foi-se repetindo ao longo dos tempos.


Quando se representa, significa-se ou imita-se. E em consequência, desfigura-se a realidade significada ou imitada. Em simultâneo, figura-se e desfigura-se. 

Os autores podem valer-se das qualidades de representação do real ou valer-se de uma imaginação deslocada desse real, que o resultado é sempre um novo objecto.

Quando se cria uma obra ela torna-se um objecto autónomo, independente. Nem o seu autor lhe voltará. Este não deixará de ser o criador mas, dando ou não por isso, empurra o objecto para uma vida própria. O tempo se encarregará de o tornar visível ou de o fazer desaparecer.

Num conjunto de artistas plásticos, como o Artever, que se apresenta como um colectivo descomprometido, há como que uma verdade em confronto. Para lá do que cada um, em si, representa ou significa, para lá da matéria que cada obra versa ou apresenta, há uma existência física que incide no espectador como se fosse um aguilhão a provocar dor: procura-se ou ignora-se; gosta-se ou não se gosta; entende-se ou não se entende; quer-se ou não se quer… Mas quem procura ver nunca deixará de sentir.
Amadora, Março de 2011 | José Mourão

Inauguração: